terça-feira, 11 de janeiro de 2022

As Leis morais do G.A.D.U e o homem

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De acordo com a maçonaria, o Grande Arquiteto do Universo manifesta-se pelo domínio da Lei nos mundos moral e físico.

O G.A.D.U é a inteligência suprema, a energia cósmica que rege as Leis Divinas do mundo em que vivemos, numa interação energética incrível, que faz com que Ele esteja em tudo e que tudo esteja com Ele.

O Arquiteto Supremo criou o homem, que ao atingir o mundo hominal, recebe dois instrumentos que serão incorporados a sua estrutura eletromagnética; o pensamento contínuo e o livre-arbítrio. Com o pensamento contínuo, o homem terreno vai cocriar juntamente com Deus, todas as coisas necessárias ao crescimento e desenvolvimento do ser humano; e com o livre-arbítrio, ele terá a oportunidade e a liberdade de escolher o que for do seu agrado e melhor para si.

Essa liberdade de escolher proporcionada pelo livre-arbítrio permite que cada ser humano possa tomar suas próprias decisões, experimentando erros e acertos, sem por isso deixar decrescer, de evoluir e transcender, superando as dificuldades, e alcançando ao final da jornada terrena a sua iluminação.

O desconhecimento por parte da maioria das pessoas, da força do pensamento contínuo, e da liberdade do livre-arbítrio, leva sempre o homem a muitos enganos, por lhe faltar coragem e discernimento para pensar, e também, por querer opinar sobre tudo e todos, usando a liberdade e não a capacidade de escolher. Se o homem não fosse dotado do pensamento e do livre-arbítrio, certamente seria robô, automatizado eletronicamente, e sem a liberdade de usar o pensamento para escolher a melhor maneira de ser feliz.

Ficaria sujeito a uma vontade superior que o comandaria, durante todo o período de sua vida física; mas o Grande Geômetra não faz intervenção na vida de nenhum de seus filhos; não dá prêmios, como também não dá castigos; mas deixa que cada um, através dessa liberdade escolha, encontre sua maneira peculiar de evoluir.  A evolução se torna mais fácil, quando viajor da eternidade passa a cumprir, com rigor, as Leis Divinas que regem a vida cósmica, assim como as Leis dos homens que, na realidade, correspondem a uma extensão das Leis Divinas, e têm o seu valor próprio, pois servem de freio para as nossas investidas nas fronteiras alheias.

As Leis humanas representam à sociedade em que vivemos, e punem todos aqueles que se rebelam contra os poderes elaborados pelos representantes da maioria, escolhidos democraticamente, controlando de certa forma, o livre-arbítrio das pessoas; mas só passamos a obedecê-las na íntegra, quando atingimos à razão, que é o estágio nobre da evolução humana. Enquanto não ganhamos à razão, jornadeamos na Terra, comandados pelo instinto de conservação, que um determinismo divino, que também serve de freio, para segurar a nossa intemperança mental.

A finalidade maior do pensamento contínuo e do livre-arbítrio é nos preparar, através de experimentações no campo da carne e do espírito, para a conquista da razão, que em síntese, é o nosso objetivo final, ou seja, o processo mental mais elevado, que só se realiza, depois de muitas atividades no campo da carne e do espírito, e depois de muitas vidas.
Quando atingirmos o estágio da razão, estaremos conscientizados do nosso papel como cocriadoresjuntamente com Deus, e a nossa mente imortal, totalmente evoluída, estará unida de uma forma indescritível com a mente divina. A razão nos tornará brandos, pacientes, moderados, simples, meditativos, silenciosos, compassivos e cheios de sentimentos de compaixão, solidariedade, compartilhamento e caridade.

Ocorre conosco, um desapego aos bens transitórios da vida terrena; passamos a não alimentar nenhuma ambição pelas posses dos bens materiais; deixamos de corrigir os outros, e passamos a nos corrigir, o que é de suma importância para as nossas vidas, que passa afluir com intensidade calma e serena, levando-nos a candidatarmos às mansões gloriosas da eternidade de Deus.

A escolha do Espírito certamente não foi determinada, só por Deus, sendo onisciente, já sabia o que os Espíritos haveriam de escolher. O livre arbítrio surge de acordo com a evolução da alma, e cresce com ela. Se ela não tem, no princípio, uma consciência perfeita do que deve fazer, é ignorante daquilo que escolhe. Eis porque não deve ter culpa do que faz. Todos passam por essas diretrizes, são processos de aprendizado, indispensáveis ao despertamento da alma.

O livre arbítrio total somente existe em Deus; os demais obedecem à faixa em que vive o Espírito. Somente escolhemos o que está ao nosso alcance para se escolher, o que o nosso despertamento permitir. O peixe não suporta viver fora da água, como o ser humano não pode viver sem o ar, de onde tira os elementos da vida. A escolha é compatível com a nossa evolução já alcançada. Quem escolhe só o bem, o faz pela maturidade que o tempo lhe conferiu em milênios incontáveis.

À primeira vista, a liberdade do homem parece muito limitada no círculo de fatalidades que o encerra: necessidades físicas, condições sociais, instintos ou interesses diversos. Mas, considerando a questão mais de perto, vê-se que esta liberdade é sempre suficiente para permitir que a alma quebre esse círculo e escape às forças opressoras.  

Liberdade de escolha e responsabilidade são correlativas no ser e aumentam com sua elevação moral. É a responsabilidade do homem que faz sua dignidade e moralidade. Sem ela, não seria ele mais que um autômato, um joguete das forças ambientes. A noção de moralidade é, aliás, inseparável da de liberdade. O homem é, portanto, livre, mas responsável pelo que faz; pode, assim, realizar o que deseje. Estará, porém, ligado inevitavelmente ao fruto de suas próprias ações. 

Quanto mais livre o Espírito, mais responsável será. Segundo a Escola Clássica, o homem dotado de inteligência e livre-arbítrio é penalmente responsável, porque: a) tem a faculdade de analisar e discernir; b) tem o poder de livre deliberação. A sociedade tem, portanto, o direito de punir o criminoso, porque este desfruta de vontade própria para delinquir ou não.

De acordo com a Escola Antropológica, o homem age por força das funções somático-medulares, glandulares ou cerebrais. Assim, o crime não é resultado da livre vontade do delinquente, mas de fatores biológicos, ideia que diverge da Escola Clássica.  

A Escola Crítica, Eclética ou Sociológica afirma: a) o crime resulta não da livre vontade do delinquente, como querem os clássicos; b) nem da imposição de reflexos biológicos, herdados ou adquiridos, como querem os antropologistas, mas exclusivamente de fatores sociais.  

Somos constrangidos a colher o resultado de nossas obras. Inúmeros são os exemplos da falência do indivíduo pelo uso indevido do livre-arbítrio: 

Com relação à posse de bens materiais, o homem é livre para reter quaisquer posses que a legislação humana lhe faculte, mas se abusa delas, criando a penúria dos semelhantes, encontrará nas conseqüências disso a fieira de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz da abnegação. 

Com relação ao estudo, o homem é livre para ler e escrever, ensinar ou estudar tudo o que quiser, mas se coloca os valores da inteligência em apoio do mal, deteriorando a existência dos companheiros com o objetivo de acentuar o próprio orgulho, encontrará nas consequências disso a fieira de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz do discernimento.  

Com relação ao trabalho, o homem é livre para abraçar as tarefas a que se afeiçoe, mas se malversa o dom de empreender e de agir, prejudicando o próximo, encontrará nas consequências disso a fieira de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz do serviço aos semelhantes.  

Com relação ao sexo, o homem é livre para dar às suas energias e impulsos sexuais a direção que prefira, mas se transforma os recursos genésicos em dor e desequilíbrio, angústia ou desesperação para os semelhantes, pela injúria aos sentimentos alheios ou pela deslealdade e desrespeito aos compromissos afetivos, encontrará nas consequências disso a fieira das provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz do amor puro.  

Como se vê, todos somos livres para desejar, escolher, fazer e obter, mas todos somos também constrangidos a colher os resultados das nossas próprias obras. 

A liberdade de pensar é ilimitadaA liberdade de pensamento, como a de agir, constituem atributos essenciais do Espírito, outorgados por Deus ao criá-lo. A liberdade de pensar é sempre ilimitada, porquanto ninguém pode domar o pensamento alheio, aprisionando-o

Quando muito, por causa da inferioridade e imperfeição de nossa civilização, tenta-se conter a manifestação exterior do pensamento, ou seja, a liberdade de expressão, porque, se existe algo que escapa a qualquer opressão, é a liberdade de pensar. É por ela que o homem pode gozar de liberdade absoluta. Ninguém consegue aprisionar o pensamento de outrem, apenas entravar-lhe a liberdade de exprimi-lo.

Com o progresso social, a liberdade, em todas as suas modalidades, tem evoluído, especialmente a liberdade de pensar, porquanto atualmente já não vivemos na época do “crê ou morre”, como ocorria nos tempos da Inquisição católica.

De século para século, menos dificuldades tem encontrado o homem para pensar sem peias e a cada geração que surge mais amplas se tornam as garantias individuais no que tange à inviolabilidade do foro íntimo. São bem distintas, assim, a liberdade de pensar e a de agir, pois, enquanto a primeira se exerce com total amplitude, sem barreiras, a última ainda padece de extensas e profundas limitações.

A coerção imposta à liberdade de outrem é sinal de atrasoA liberdade de pensar, conquanto ilimitada, depende, porém, do grau evolutivo de cada homem, da sua capacidade de irradiação e discernimento. É que, à medida que o homem progride, desenvolve-se o seu senso de responsabilidade sobre seus atos e pensamentos.

Toda oposição exercida sobre a liberdade de uma pessoa constitui sinal de atraso espiritual. Constranger os homens a proceder em desacordo com o seu modo de pensar é fazê-los hipócritas. A liberdade de consciência é um dos caracteres da verdadeira civilização e do progresso.

O limite de nossa liberdade está, portanto, determinado onde começa a liberdade do próximo. Em todas as relações sociais e em nossas relações com nossos semelhantes, é preciso nos lembremos constantemente disto: Os homens são viajantes em marcha, ocupando pontos  diversos na escala da evolução pela qual todos subimos. Nada devemos, por conseguinte, exigir ou esperar deles, que não esteja em relação com seu grau de adiantamento.

Sem disciplina moral, a liberdade é um logrohomem só estará verdadeiramente preparado para a liberdade no dia em que as leis universais, que lhe são externas, se tornem internas e conscientes pelo próprio fato de sua evolução.

No dia em que ele se compenetrar da lei e fizer dela a norma de suas ações, terá atingido o ponto moral em que o homem domina e governa a si mesmo. Daí em diante não mais precisará do constrangimento e da autoridade sociais para corrigir-se.

Ocorre com a coletividade o que se dá com o indivíduo. Um povo só é verdadeiramente livre, digno de usufruir da liberdade, se aprendeu a obedecer à lei interna, lei moral, eterna e universal, que não emana nem do poder de uma casta, nem da vontade das multidões, mas de um poder mais alto.

Sem a disciplina moral que cada qual deve impor a si mesmo, as liberdades não passam de um logro; tem-se a aparência, mas não os costumes de um povo livre. Estabelece o código divino, com absoluta clareza: Tudo o que se eleva para a luz eleva-se para a liberdade.

 

 

Bibliografia:

 

http://www.oconsolador.com.br/35/esde.html

 

http://www.olivrodosespiritoscomentado.com/fev3q122c.html

 

Encontro Marcado, págs. 160 a 163, de autoria de Emmanuel. Psicografado por Francisco Xavier. Editora: FEB. 2016. 

 

http://www.oconsolador.com.br/ano2/80/esde.html

 

 

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