sábado, 22 de junho de 2013

O Espiritismo e a franco-maçonaria



Um dos textos da Revista espírita de 1864, onde o espírito Guttemberg comenta sobre a Arte Real.


                             O Espiritismo e a franco-maçonaria.

(Sociedade Espírita de Paris, 25 de fevereiro de 1864.)
Nota. - Nesta sessão, agradecimentos foram dirigidos ao Espírito de Guttemberg,
com pedido de consentir em tomar parte em nossas conversas, quando o julgasse oportuno.
Na mesma sessão, a presença de vários dignatários estrangeiros da Ordem Maçônica, motivou a pergunta seguinte: Que concurso o Espiritismo pode encontrar na Franco-Maçonaria? Várias dissertações foram obtidas sobre este assunto.

I.
Senhor Presidente, agradeço-vos pelo vosso amável convite; foi a primeira vez que uma de minhas comunicações foi lida na Sociedade Espírita de Paris, e esta não será, eu o espero, a última. Talvez encontrastes em minhas reflexões um pouco longas sobre a imprensa alguns pensamentos que não aprovais completamente; mas, refletindo na dificuldade que sentimos para nos colocarmos em relação com os médiuns e empregar as suas faculdades, consenti em passar ligeiramente sobre certas expressões ou certos torneios de linguagem que não estamos sempre no estado de dominar. Mais tarde, a eletricidade fará sua revolução medianímica, e como tudo será mudado na maneira de reproduzir o pensamento do Espírito, não encontrareis mais dessas lacunas, algumas vezes lamentáveis, sobretudo quando as comunicações são lidas diante dos estrangeiros. 

Falastes da franco-maçonaria, e tendes razão de esperar encontrar nela bons elementos. Que se pede a todo maçom iniciado? De crerem na imortalidade da alma, no divino Arquiteto, de serem benfazejos, devotados, sociáveis, dignos e humildes. Ali se pratica a igualdade na mais ampla escala; há, pois, nessas sociedades uma afinidade com o Espiritismo de tal modo evidente que fere os olhos. A questão do Espiritismo foi levada à ordem do dia em várias lojas, e eis qual foi o resultado disso: leram-se volumosos relatórios desordenados sobre esse assunto, mas não se o estudou a fundo, o que fez que ali, como em muitos outros lugares discutiu-se sobre uma coisa que não se conhece, julgando-o sobre o ouvir dizer muito mais do que sobre a realidade. 

No entanto, muitos maçons são Espíritas, e trabalham grandemente para propagar esta crença; todos os ouvidos escutam, e se o hábito diz: Não; a razão diz: Sim. Esperai, pois; porque o tempo é um recrutador sem igual; por ele as impressões se modificam, e, necessariamente, no vasto campo dos estudos abertos nas lojas, o estudo espírita entrará como complemento; porque isso já está no ar; riu-se, falou-se: não se ri mais, medita-se. Então, pois, tereis um viveiro espírita nessas sociedades essencialmente liberais; por elas, entrareis plenamente nesse segundo período que deve preparar os caminhos prometidos.

Os homens inteligentes da maçonaria vos bendirão por sua vez; porque a moral dos Espíritos dará um corpo a essa seita tão comprometida, tão temida, mas que fez mais bem do que não se crê. Tudo tem uma laboriosa criação, uma afinidade misteriosa; e se isso existe por aquilo que perturba as camadas sociais, isso é muito mais verdadeiro por aquilo que conduz ao adiantamento moral dos povos. 
GUTTEMBERG (Médium, Sr. Leymarie.)

Um comentário:

  1. Nessa passagem tem uma verdadeira professia sobre a tecnologia da Transcomunicação.

    " Mais tarde, a eletricidade fará sua revolução
    medianímica, e como tudo será mudado na maneira de reproduzir o pensamento do
    Espírito, não encontrareis mais dessas lacunas, algumas vezes lamentáveis, sobretudo
    quando as comunicações são lidas diante dos estrangeiros."

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