Em um desses dias, lia eu, uma dissertação moral
ditada pelo espírito São Luís, à senhorita Hermance Dufax, presente na revista espírita de
1858, mês de maio. Falava sobre a soberba. Terrível vício que assola a grande parcela da população mundial. Especialmente aqueles que estão empossados em
cargos de poder efêmeros, onde poucos estão "vacinados" deste mau hábito.
Neste texto da revista está a seguinte frase peculiar:
“Escuta!
O cão do coveiro brincará com os teus ossos, e eles serão misturados com os
ossos do mendigo, e o teu pó se confundirá com o dele, porque um dia vós ambos
não sereis senão pó. Então amaldiçoarás os dons que recebeste vendo o mendigo
revestido com a sua glória, e chorarás o teu orgulho”.
Realmente, é de entristecer ver alguém dar tanto
crédito em algo tão fugaz. A soberba de qualquer irmão maçom, que esteja
momentaneamente exercendo autoridade, seja o cargo que for, é digno de ter
piedade. Comiseração, sim. É um
indivíduo doente em termos espirituais. Um analfabeto emocional.
Uma grande chance que perde em crescer na ordem espírito-emocional,
ajudar e dar exemplo a outros. Porém, o desventurado põe tudo a perder
esbaldando-se na lama do orgulho, confiante que todos aplaudem suas “proezas”.
É verdadeira a afirmação: Quer conhecer alguém... Dê-lhe o poder. E isso vale
também para responsáveis pelo bom andamento de um centro espírita.
Diz um fragmento de um texto do irmão Otacílio Batista de
Almeida Filho, o seguinte sobre este assunto:
“As
autoridades Maçônicas constituídas têm que asseverar a hierarquia sim, mas não
cometer excessos. Tem que conhecer, e conhecer bem a disciplina. A disciplina e
a hierarquia são sustentáculos da Maçonaria, logo, o verdadeiro Maçom deve ser
um homem disciplinado e que respeita a hierarquia. O Maçom disciplinado é
instruído, não é propenso à soberba, nem a vaidade e nem a ira.”
É muito raro um soberbo mudar de atitude sem dor. Ele esquece
ou desconhece que toda a ação tem uma reação.
Eis o excerto da revista espírita, maio de 1858,
comentando sobre a falta de humildade:
“Soberbo,
humilha-te, porque a mão do Senhor curvará o teu orgulho até o pó!
Escuta! Nasceste onde a
sorte te colocou; saíste do seio de tua mãe fraco e nu como o último dos
homens. De onde vem, pois, que eleves tua fronte mais alta do que teus semelhantes,
tu que nasceste, como eles, para a dor e para a morte?
Escuta! Tuas riquezas e
tuas grandezas, vaidades do nada, escaparão das tuas mãos quando o grande dia
chegar, como as águas inconstantes das torrentes que o sol seca. Não carregarás
de tua riqueza senão as tábuas do teu caixão, e os títulos gravados sobre a tua
pedra tumular serão palavras vazias de sentido.
Escuta! O cão do coveiro
brincará com os teus ossos, e eles serão misturados com os ossos do mendigo, e
o teu pó se confundirá com o dele, porque um dia vós ambos não sereis senão pó.
Então amaldiçoarás os dons que recebeste vendo o mendigo revestido com a sua
glória, e chorarás o teu orgulho.
Humilha-te, soberbo,
porque a mão do Senhor curvará o teu orgulho até o pó.”
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