sábado, 28 de outubro de 2017

A acácia e o Mestre Divino.


...e entrelaçando uma coroa
de acácia, puseram(-na) na
cabeça dele e um caniço na
(mão) direita e, ajoelhando-se
diante dele zombavam,
dizendo: Salve, rei dos judeus!
Mat. 27:29

O ramo de acácia é um dos mais lembrados símbolos maçônicos e também com numerosos significados. Mencionada no Livro da Lei, este texto foca o momento onde a árvore acácia é relatada em o Novo Testamento, no momento da flagelação do Mestre dos mestres. 

Ordenada a flagelação, foi o réu conduzido a um pátio interior, ficando entregue à soldadesca rude e grosseira. Tratava-se de soldados romanos, que alimentavam desprezo pelos judeus, para eles raça inferior de bárbaros; e quando podiam por as mãos numa vítima, davam vazão a seus baixos instintos de sadismo.

Com Jesus, deviam estar sendo flagelados os dois ladrões que com Ele foram crucificados, pois, como vimos, era um prelúdio inevitável. Os evangelistas não falam no assunto porque a flagelação era em local reservado, não sendo assistida pelo público.
Não vemos esclarecido se a lei mosaica foi obedecida: esta ordenava que a flagelação tivesse o máximo de quarenta chicotadas nas costas nuas do condenado. Por segurança, o Talmud ordenava que só fossem dadas trinta e nove, por segurança de alguma falha na contagem. Mas, a lei romana não estabelecia limite de golpes. De qualquer forma, jamais batiam de modo a enfraquecer demais o réu, a fim de que pudesse ainda reservar energias para a crucificação.

Após a flagelação, logo que cansados, passaram às zombarias. Ele se dissera rei dos judeus. Pois como tal o tratariam. Apanharam uma de suas capas vermelhas e puseram-Lha sobre os ombros; outro teve a ideia de apanhar um caniço para colocá-lo na mão direita, à guisa de cetro; um terceiro correu para fora colheu um ramo de acácia, entrelaçando-o à maneira de coroa, aplicando-a à cabeça: estava Jesus ridiculamente paramentado como um rei de circo.

Desfilaram, então, diante Dele, genufletindo e saudando-O como costumavam ouvir que se fazia-o imperador: Ave, Caesar Auguste.!, e eles diziam: .Salve, o rei dos judeus.! Depois, alguém teve a ideia de tomar-lhe o caniço das mãos e com ele bater-lhe na cabeça, fazendo que os acúleos penetrassem no couro cabeludo e na fronte. Outros ainda, com mais baixos instintos, cuspiam-Lhe no rosto. Cena deprimente, reveladora do sadismo de gente bruta.

A coroa é dita, no original, de ákanta, que é o nome comum da Mimosa Nilótica. Sobre essa planta, escreveu Teofrasto (História Plantarum): .O ákanto (ou acácia do Egito) tem esse nome porque é todo coberto de espinhos (akantôdês) exceto no tronco; as próprias folhas são espinhosas.

A madeira é leve e durável, tanto que se presta para a confecção de móveis. Em hebraico é denominada sittáh (plural sittim), em latim, setim. Foi com a acácia que Moisés recebeu ordem de construir o Tabernáculo (Êx.25:10 e 37:1); os varais (Êx. 25:13); a mesa da proposição (Êx. 25:23) e seus varais (Êx. 25:28); as diversas peças do Tabernáculo (Êx. 26:15) e suas travessas (Êx. 26:26) o altar dos holocaustos (Êx.27:1) e seus varais (Êx. 27:6).

A tradução comum, coroa de espinhos, é expressão vaga. De fato, ákanta em grego significa também espinho, mas é o nome de uma árvore. Dizer: coroa de espinhos. dá a impressão de que a coroa tivesse sido construída apenas com espinhos, quando na realidade, foi tecida com os ramos de uma árvore espinhosa. E essa árvore, abundantíssima na região, era precisamente a acácia, que, por ser muito espinhosa (akantôdês) era denominada popularmente de ákanta.

Mesmo nos momentos mais cruciais e dolorosos da Vida do mestre dos Mestres, sempre existe o simbolismo com suas lições proveitosas para toda a humanidade. Vimos que Jesus não negara, antes até, indiretamente confirmara que era “rei”, embora seu “reino não fosse deste mundo”; tampouco, por conseguinte, seria um reino particular, com autoridade apenas sobre determinada nação, mesmo que se tratasse do “povo escolhido”.

Todavia, não tendo negado o adjunto “dos judeus”, até mesmo escrito sobre o madeiro da cruz, deixou-nos o Mestre a porta aberta para interpretar que, naquela romagem terrena. Ele estabelecera que “de fato e de direito” sua autoridade se baseava nas Escolas Iniciáticas de Judaísmo (cfr. “a salvação vem dos judeus”, João 4:22). A universalização viria posteriormente, depois que os “empregados da vinha” tivessem expulsado os enviados do Rei e tivessem assassinado seu filho (cfr. Mat. 21:33-43), quando então, a vinda seria entregue a outros agricultores.

Então, “de fato e de direito”, rei era Ele, porque atingira esse grau e, dentro de horas, subiria a Seu trono em forma de cruz, de cima da qual poderia estender Seu olhar percuciente por sobre toda a humanidade. E como as autoridades e os “grandes”, cheios de empáfia, O não queriam aceitar, os humildes O reconheceriam e os desequilibrados, por causa da própria ignorância, embora com sarcasmo, Lhe atribuíram o título. E assim, de vez que Sua autoridade inconteste não foi reconhecida, com seriedade pelos doutos, eis que a ralé social o fez a título de zombaria.

E simbolicamente, como “varão das dores que experimentara as fraquezas” (Is. 53:3), Ele se constituiu Rei dos sofredores e dos mendigos, isto é, de todos os que, tendo ingressado na Senda, renunciaram a seu eu vaidoso, tomaram sua cruz e O seguiram, nada possuindo, embora cercados de tudo, esquecidos de si mesmos para sacrificialmente ajudarem aos outros.

O manto escarlate ou púrpura, característica dos soldados, ou seja, dos homens que empreendem a guerra sem tréguas a seu eu personalístico, e o símbolo do plano atrasado da humanidade terrestre, que envolveu o puríssimo Espírito de Jesus com sua carne “opositora” (satânica).
Em Sua mão, o caniço (cfr. Mat. 12:20 não quebrara o caniço rachado”, também em Isaías 42:3), símbolo da autoridade. E na cabeça a coroa de acácia, símbolo da soberania.

Já vimos, no primeiro comentário, a parte científica relativa à acácia, ou “mimosa nilótica”. Resta-nos ver o simbolismo que essa planta representa desde a remota antiguidade, e que ainda hoje conserva vivíssimo na Ordem Maçônica.
São quatro os principais significados atribuídos à acácia:

1.º - incorruptibilidade, em vista de sua madeira não ser atacada por nenhuma espécie de insetos e, além disso, de não apodrecer com a umidade, nem mesmo quando diuturnamente mergulhada na água. Alguns autores dizem que, por isso, foram encerrados os membros de Osíris num caixão de acácia, lançado, depois, nas águas do Nilo.

2.º - imortalidade, deduzida de sua durabilidade excepcional, muito além de outras madeiras comuns. Segundo Tiele (Histoire des Antiques Religions”, Paris, 1882), em certas procissões, quatro sacerdotes egípcios levavam uma arca, donde saía um ramo de acácia, com a inscrição: “Osíris ressuscitou”. Com efeito, também no episódio de Hiram, como no de Osíris, como no de Jesus, a acácia exprime que a morte não é a destruição total, mas simplesmente uma renovação e uma metamorfose. Daí seu terceiro significado:

3.º - iniciação, pois a imortalidade é o apanágio dos adeptos e iniciados. Assim. no Antigo Testamento, eram feitos de acácia a Arca da Aliança, o Altar dos Holocaustos, a Mesa dos Pães da Proposição, etc. Talvez baseado nisso, F. Chapuis (“L 'Acacia”, in “bulletin des Ateliers Supérieurs”, 1398, após citar o “Recueil Précieux de la Maçonnerie Adonhiramique”, Paris, 1787), citado por Jules Boucher (“La Symbolique Maçonnique”, Dervy, Paris, 1953, pág. 271) tenha afirmado que também a cruz de Jesus era de acácia.
Mas a razão e o bom senso repelem essa hipótese: nenhuma cruz especial foi confeccionada para receber Jesus que, como réu comum, foi pendurado nas cruzes já existentes. Ora, a madeira, utilizada era o pinho. De acácia, porém, era com certeza - pelo testemunho dos evangelistas- a coroa. Quando os iniciados se levantavam (“ressurgiam”) do “caixão” ou “barco” de Osíris, feito de acácia, proferiam a conhecida frase: “Estive no túmulo, triunfei da morte, ingressei na vida permanente”, que era a vida espiritual do “'homem novo”.

4.º - inocência, por três motivos:
a) porque, em virtude dos espinhos, representa aqueles que se não deixam tocar por mãos impuras, repelindo os ataques dos inimigos mal intencionados;
b) porque, sendo da tocada; família “mimosa” (como a nossa “sensitiva”), fecha as folhas ao ser tocada;

c) e finalmente porque seu nome específico, em grego (“akakía) exprime a ausência de maldade ou malícia (“a+kakía”), apresentando, essa palavra, em grego, o duplo sentido de “inocência” (cfr. Demostenes, 59,81; Aristóteles, Rhetorica, 1389 b 9; Job (LXX), 2:3) e de acácia (cfr. Dioscórides,“De Materia Medica”, 1, 101 e Aretaeus, CD, 2  (Chroniôn Nousôn Therapeutikón).


Veja também : http://espiritamacom.blogspot.com.br/2013/07/o-ramo-de-acacia-amarela-e-o-ramo-de.html


Bibliografia: Sabedoria do Evangelho,  8º volume. - Carlos Torres Pastorino.

domingo, 8 de outubro de 2017

Profano, um jargão maçônico.



O Profano: É definido, segundo o dicionário de Maçonaria, um termo usado pelos Antigos-Mistérios para designar os estranhos e que na Maçonaria se qualificam os não iniciados em seus mistérios.

Falar dos mistérios sem estar apto seria profanação, e os profanos não podem penetrar no templo iniciático do Conhecimento. Isso faz-nos lembrar outra faceta deste ensinamento. O Mestre dos mestres utiliza-se de uma fraseologia tecnicamente especializada na arquitetura (que veremos surgir, mais explícita em Mat. 21:42, Marc.12:10 e Luc. 20:17).

Ensina-nos o Cristo que será "edificada" por Ele, sobre a "Pedra", a ekklêsía, isto é, o "Templo". Ora, sabemos que, desde a mais remota antiguidade, os templos possuem forma arquitetônica especial. Na fachada aparecem duas figuras geométricas: um triângulo superposto a um quadrilátero, para ensinamento dos profanos.

Profanos é formado de PRO = "diante de", e FANUM = "templo". O termo originou-se do costume da Grécia antiga, em que as cerimônias religiosas exotéricas eram todas realizadas para o grande público, na praça que havia sempre na frente dos templos, diante das fachadas. Os profanos, então, eram aqueles que estavam "diante dos templos", e tinham que aprender certas verdades básicas.

Ao aprendê-las, eram então admitidos a penetrar no templo, iniciando sua jornada de espiritualização, e aprendendo conhecimentos esotéricos. Daí serem chamados INICIADOS, isto é, já tinham começado o caminho. Depois de permanecerem o tempo indispensável nesse curso, eram então submetidos a exames e provas. Se fossem achados aptos no aprendizado tornavam-se ADEPTOS (isto é: AD + APTUS). A esses é que se refere o Mestre divino, Jesus, naquela frase citada por Lucas "todo aquele que é diplomado é como seu mestre" (Luc. 6:40;)

Os Adeptos eram os diplomados, em virtude de seu conhecimento telúrico e prático da espiritualidade. O ensino revelado pela fachada é que o HOMEM é constituído, enquanto crucificado na carne, por uma tríade superior, a individualidade eterna, - que deve dominar e dirigir o quaternário (personalidade do indivíduo para onde passa sua consciência, enquanto se encontra “crucificada” no corpo físico). É chamado “quaternário” porque se subdivide em quatro partes:
1 - o Intelecto (também denominado mente concreta, porque age no cérebro físico e através dele);
2 - o astral, plano em que vibram os sentimentos e emoções;
3 - o duplo etérico, em que vibram as sensações e instintos;
4 - o corpo físico ou denso, que é a materialização de nossos pensamentos, isto é, dos pensamentos e desejos do Espírito, acumulando em si e exteriorizando na Terra, todos os efeitos produzidos pelas ações passadas do próprio espirito.

Quando o profano chega a compreender isso e a viver na prática esse ensinamento, já está pronto para iniciar sua jornada, penetrando no templo. No entanto, o interior dos templos (os construídos por arquitetos que conheciam esses segredos). o interior difere totalmente da fachada: tem suas naves em arco romano, cujo ponto chave é a "pedra angular", o Cristo (cfr. Mat. 21:42,. Marc. 12:10; Luc. 20:17,. Ef. 2:20; 1 Pe. 2:7; e no Antigo: Job. 38:6; Salmo 118:22: Isaías, 28:16, Jer. 51:26 e Zac. 4:7).

Sabemos todos que o ângulo da pedra angular é que estabelece a "medida áurea" do arco, e portanto de toda a construção do templo. Assim, os que já entram no templo ("quem tem olhos de ver, que veja"!) podem perceber o prosseguimento do ensino: o Cristo Divino é a base da medida de nossa individualidade, e só partindo Dele, com Ele, por Ele e Nele é que podemos edificar o "nosso" Templo eterno.

Infelizmente não cabem aqui as provas matemáticas desses cálculos iniciáticos, já conhecidos por Pitágoras seis séculos antes de Cristo. Mas não queremos finalizar sem uma anotação: na Idade média, justamente na época e no ambiente em que floresciam em maior número os místicos, o arco romano cedeu lugar à ogiva gótica, o "arco sextavado", que indica mais claramente a subida evolutiva.

Aqui, também, os cálculos matemáticos nos elucidariam muito. Sem esquecer que, ao lado dos templos, se erguia a torre ...a Torre edificada sobre a Pedra é inabalável em seus alicerces, quando estivermos sintonizados com Jesus, o Mestre divino.

Quantas maravilhas nos ensinam os Evangelhos do livro da Lei em sua simplicidade! ...



Bibliografia: Sabedoria do Evangelho,  4º volume. - Carlos Torres Pastorino. 

Editado pelo autor do Blog.

sábado, 15 de abril de 2017

Cultivar tolerância e cuidar da cortesia na maçonaria.

Na maçonaria, é imprescindível que o irmão trate seu semelhante com a virtude da cortesia. Trouxemos de nossas casas o bom trato com as pessoas, para nos aprimorar mais ainda em Loja. Se o irmão ainda não progrediu neste comportamento, então é melhor reflexionar se está fazendo progressos na maçonaria.

Se realmente queremos colher benesses, favores e conforto, junto daqueles que conosco caminham, não temos outra alternativa senão ofertarmos as mesmas dádivas aos irmãos de jornada.

Cada gesto que desencadeamos trará consigo, de retorno, como reflexo natural, a mesma intensidade e natureza que a ele imprimirmos. Um gesto bom nos devolverá a bondade, um gesto infeliz, por certo, fará retornar a infelicidade. A escolha sempre será nossa.

Com gestos de fraternidade, por onde passarmos será possível construir a atmosfera da compreensão e da tolerância, virtudes imprescindíveis para a consolidação de um mundo de equilíbrio.

Com gestos de educação e respeito pelas opiniões e modos de vida alheios, conseguiremos evitar o preconceito que tanto ódio, mágoas e rancores têm produzido no seio da coletividade em que mourejamos.

Eis um trecho do livro Bazar da vida, onde exibe a atenção que devemos dar no trato com nossos irmãos.


LIÇÃO IMPREVISTA

O irmão Joaquim Benevente
Justamente nesse dia,
Amanhecera, animado,
Mostrando grande alegria.

Finalmente, ia encontrar
O prezado benfeitor
Que lhe escrevia, de longe,
Renovando-lhe o vigor.

Estava fazendo um lar
Que desse a toda criança,
Sozinha ou desamparada,
Paz, amor e segurança.

Pois, esse amigo distante
Faria do longe o perto;
Prometera visitá-lo
Em data e horário certo.

Além disso, o benfeitor,
Sempre ativo e sempre irmão,
Dissera-lhe em carta amiga
Que lhe traria um bilhão;

Um bilhão que o amparasse,
No serviço em andamento,
E Joaquim se organizara
Para abraçá -lo, a contento.

De ônibus, ia às compras...
Sentou -se, notando ao lado
Um homem de grande porte,
Idoso, forte e pesado.

Após minutos de calma,
Em aspirando o rapé,
O companheiro de banco,
Sem querer, pisou -lhe o pé...

Mas Joaquim trazia um calo
Com minguada paciência,
Um calo que lhe amargurava
Cada dia da existência.

Ao sentir -se machucado,
Entregou -se à irritação
E gritou, atarantado:
 -“Tire o pé, “seu” gordalhão!...

Infeliz, saia daqui,
Saia e vá adiante,
Não quero ter, ao meu lado,
O seu corpo de elefante...”

O homem rogou desculpas
E afastou -se, incontinenti,
Cambaleou e seguiu,
Sentando -se mais à frente.

Joaquim comprou doces finos
Em nobre confeitaria,
Aguardando o benfeitor
Que, logo, o visitaria...

No horário, alguém bate à porta;
Joaquim corre a ver quem é...
Era o homem alto e forte
Que lhe pisara no pé.

O visitante sorriu,
Joaquim pediu -lhe perdão
Recebendo, envergonhado
A dádiva de um bilhão.

Mantendo nas próprias mãos
O cheque pleno de ensinos,
Pensava no grande ensejo
De serviço aos pequeninos.

Moral da história: quem queira
Obras de amor e valia,
Que cultive a tolerância
E cuide da cortesia.


Bibliografia:

Bazar da vida. Jair Presente(espírito), Francisco Xavier.Feb.

WALDENIR APARECIDO CUIN. O poder de um gesto. Julho 2011.Site: oconsolador.com.br

domingo, 2 de abril de 2017

O maçom e a boa palavra. .

Uma boa palavra auxilia sempre. Às vezes, supomo-nos sozinhos e proferimos inconveniências. Desajudamos quando podíamos ajudar. É preciso aproveitar oportunidades. Falar é um dom de Deus. Se abrirmos a boca para dizer algo, saibamos dizer o melhor.

Em uma Loja maçônica, um obreiro, nas funções de mestre de harmonia, terminava de arrumar o aparelho de som e microfones, para a sessão do dia, que aconteceria no início da noite. Quando o venerável mestre diz: Experimentemos a acústica.

Antes, o mestre de harmonia lembrou-se do trecho de uma palestra espírita, que ouviu no dia anterior, onde falava-se que: ”Não adiantava repetir frases inúteis. E é sempre falta grave conferir saliência ao mal. Comentemos o bem. Destaquemos o bem”.  Então, ligou o microfone e bradou: - Confia em Jesus!... Confia em Jesus!...

O som estava admiravelmente distribuído, quando triste homem aparece em frente ao prédio da Loja. Toca a campainha. Cabeleira revolta. Semblante transtornado.

- Quem mandou confiar em Jesus? – perguntou para o venerável que tinha ido atender a porta.

O venerável aponta para o mestre de harmonia, para quem ele se dirige, abrindo os braços. - Obrigado, amigo! – exclamou. E mostrando um revólver, disse: 

- “Ia encostar o cano no ouvido, entretanto, escutei seu apelo e sustei o tiro...” Queria morrer no terreno baldio ao lado deste templo, mas sua voz acordou-me... Estou desempregado, há muito tempo, e sou pai de oito filhos... Jesus, sim! Confiarei em Jesus!...

O mestre de harmonia, que é diretor de uma empresa de construção, abraçou-o, de olhos úmidos e visivelmente emocionado, falou ao desconhecido: - Venha amanhã em minha empresa. Pode vir trabalhar amanhã.

·         Texto alterado para este blog, do original: O Grito. Do livro “A vida escreve”


Bibliografia:

* A Vida Escreve, do Espírito Hilário Silva, psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira.7ª ed. FEB.1992

segunda-feira, 13 de março de 2017

Métodos para ganhar dinheiro na Maçonaria.

  Então você quer ficar rico, irmão? Cuidado com o que pede. O dinheiro pode até lhe prejudicar mais do que estais no momento. Lembre-se do que disse nosso Mestre Divino.: "Não podeis servir a Deus e a Mamon".

   Guardai bem isto, vós que sois dominados pelo amor do ouro, vós que venderíeis a alma para enriquecer, porque isso poderia elevar-vos acima dos outros e proporcionar-vos o gozo das paixões. Não, não podeis servir a Deus e a Mamon! Se sentirdes, portanto, vossa alma dominada pelas cobiças da carne, apresse-vos em sacudir o jugo que vos esmaga, pois Deus, justo e severo, vos perguntará: Que fizeste, ecônomo infiel, dos bens que te confiei? Empregaste essa poderosa fonte das boas obras unicamente na tua satisfação pessoal? 

   Mas qual é, então, o melhor emprego da fortuna? Procurai nestas palavras: “Amai-vos uns aos outros”, a solução desse problema, pois nelas está o segredo da boa aplicação das riquezas. O que ama o seu próximo já tem a sua conduta inteiramente traçada, pois a aplicação que agrada a Deus é a da caridade. Não essa caridade fria e egoísta, que consiste em distribuir ao redor de si o supérfluo de uma existência doirada, mas a caridade plena de amor, que procura a desgraça e a socorre sem humilhá-la.

   Rico, dá do teu supérfluo; faze ainda mais; dá do teu necessário, porque o teu necessário é também supérfluo, mas dá com sabedoria. Não repelias o pranto, com medo de seres enganado, mas vai à origem do mal; ajuda primeiro; informa-te depois, para ver se o trabalho, os conselhos, a afeição mesmo, não seriam mais eficazes do que a tua esmola. Difunde ao teu redor, com a abastança, o amor do trabalho, o amor do próximo, o amor de Deus. Põe a tua riqueza sobre uma base segura e que te garantirá grandes lucros: a das boas obras. A riqueza da inteligência deve servir-te como a de ouro; difunde em teu redor os benefícios da instrução, distribui aos teus irmãos os tesouros do amor, que eles frutificarão.

  O homem não possui como seu senão aquilo que pode levar deste mundo. O que ele encontra ao chegar e o que deixa ao partir, goza durante sua permanência na Terra; mas, desde que é forçado a deixá-los, é claro que só tem o usufruto, e não a posse real. O que é, então, que ele possui? Nada do que se destina ao uso do corpo, e tudo o que se refere ao uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Eis o que ele traz e leva consigo, o que ninguém tem o poder de tirar-lhe, e o que ainda mais lhe servirá no outro mundo do que neste. Desde depende estar mais rico ao partir do que ao chegar neste mundo, porque a sua posição futura depende do que ele houver adquirido no bem. Quando um homem parte para um país longínquo, arruma a sua bagagem com objetos de uso nesse país e não se carrega de coisas que lhe seriam inúteis. Fazei, pois, o mesmo, em relação à vida futura, aprovisionando-vos de tudo o que nela vos poderá servir.

   Ao viajante que chega a uma estalagem, se ele pode pagar, é dado um bom alojamento; ao que pode menos, é dado um pior; e ao que nada tem, é deixado ao relento. Assim acontece com o homem, quando chega ao mundo dos Espíritos: sua posição depende de suas posses, com a diferença de que não pode pagar em ouro. Não se lhe perguntará: Quanto tínheis na Terra? Que posição ocupáveis? Éreis príncipe ou operário? Mas lhe será perguntado: O que trazeis? Não será computado o valor de seus bens, nem dos seus títulos, mas serão contadas as suas virtudes, e nesse cálculo o operário talvez seja considerado mais rico do que o príncipe. Em vão alegará o homem que, antes de partir, pagou em ouro a sua entrada no céu, pois terá como resposta: as posições daqui não são compradas, mas ganhas pela prática do bem; com o dinheiro podeis comprar terras, casas, palácios; mas aqui só valem a qualidades do coração.

   Sois rico dessas qualidades? Então, sejas bem-vindo, e teu é o primeiro lugar, onde todas as venturas vos esperam. Sois  pobre? Ide  para o último, onde sereis tratado na razão de vossas posses.

   Portanto, ame seu próximo. Eis o método para ficar rico na maçonaria, meu irmão. Aliás, nem precisa estar na maçonaria para enriquecer-se desta forma. Comece no seu Lar, depois exemplifique em uma Loja maçônica.

Bibliografia: 
- O evangelho segundo o espiritismo. Allan Kardec. Tradução de Herculano Pires. Editora: LAKE. 


Levantando templos às virtudes.

Um maçom deve exigir muito de si, caso queira levantar templos às virtudes. Por que é trabalhoso levantar templos às virtudes? O livro da Lei já alertava os homens desse trabalho árduo, porém, recompensador, onde se lê: Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta da perdição e espaçoso o caminho que a ela conduz, e muitos são os que por ela entram. – Quão pequena é a porta da vida! Quão apertado o caminho que a ela conduz! E quão poucos a encontram! (São Mateus, cap. VII, vv. 13 e 14.)

É estreita a porta da salvação, porque exigem-se grandes esforços sobre si mesmo e é obrigado o homem que a queira transpor, para vencer suas más tendências, coisa a que poucos se dispõem a fazer, e que é larga a porta da perdição, porque são numerosas as paixões más que ainda trazemos arraigadas em nosso espírito milenar, e, por isso mesmo, o maior número de criaturas envereda pelo caminho do mal na hora que é chamado a escolher o caminho a trilhar usando o seu livre-arbítrio, e assumindo, portanto, as consequências das suas escolhas, representando para nós o complemento da máxima: "Muitos são os chamados e poucos os escolhidos”.

No livro “horizontes da vida”, diz-se que as virtudes são qualidades morais que a alma deve exercitar a cada dia, em proveito de sua própria vida. A criatura virtuosa assegura força poderosa na sua vida, que lhe faz alcançar um bem estar indizível, na intimidade do coração.

A pessoa que descobre essas qualidades espirituais e passa a despertá-las na sua consciência se posiciona na faixa de “o homem vencendo o homem”. A princípio somos duas personalidades distintas, em que uma deve vencer a outra, fundindo forças e alargando horizontes de vida para o porvir cheio de esperança. Quando se consolida o amor no coração, tudo melhora nos nossos caminhos, tudo agrada nos nossos trabalhos, tudo se aprimora dentro e fora de nós. E a alma fica revestida de uma luz - senão de uma energia divina-que lhe protege em todos os lances de sua vida, mostrando ainda aos outros que vale a pena se entregar a esse trabalho de auto-educação, assim como disciplinar todos os impulsos inferiores.

A função da virtude é a de libertar as criaturas dos cansados trilhos das ilusões e do enfado torturante das paixões inferiores. É nessa linha de vida que Jesus desponta no horizonte com os braços abertos, convidando-nos para muitas reformas morais e mudanças de vida. Na verdade é um trabalho engenhoso, porém, é nesta dificuldade que o espírito encontra forças para lutar com seus maiores inimigos, na maior das batalhas que lelé deve enfrentar, que é a guerra consigo mesmo. E é pelas estradas dos sentimentos que devemos transitar, encontrando as manifestações de todos os tipos de desejos provocantes testando-nos as forças e nos mostrando as mensagens para a nossa libertação espiritual.

Consolidemos nossas experiências no bem comum e acostumemo-nos com Jesus e seus emissários, para que a vida possa entregar-nos os frutos das sementes que semeamos por onde transitamos. Escolhamos o que semear, compreendendo que ninguém engana o Grande Arquiteto do Universo; somente recebemos o que merecemos, não existindo um ponto, por pequeno que seja na criação, em que não haja justiça integral, dando-nos aquilo que pedimos pelos pensamentos, palavras e vida.

Procuremos, todos os dias, a amenidades nas conversações, mas que elas não possam ser de má interpretação da bondade, pois a conivência é perigosa, para os que estão envolvidos na ignorância. A função da virtude pura é despertar cada vez mais no ser humano e espiritual maiores qualidades de vida, dando-lhe força na educação e disciplina. O próprio corpo costuma rejeitar esse trabalho de luz, por estar acostumado em padrões vibratórios inferiores. Não esqueçamos disso.

Afabilidade é gesto valioso para todos os seres, no entanto, devemos corresponder às necessidades do companheiro com maior firmeza, para que ele entenda que não somente o sorriso espontâneo de amor aprova o que ele se dispõe a fazer da sua vida, mas que seus pensamentos e palavras não esqueçam a moral cristã. Irradiemos a brandura com nossos colegas de caminho, entretanto, não deixemos que eles entendam, erroneamente, que estamos aprovando seus conceitos equivocados ou o anedotário infeliz que externarem. Tenhamos a elegância com todos no falar e no sentir suas conversações, mas, se suas más conversações surgirem nos momentos, mudemos de assunto que eles perceberão que não nos interessamos pelos assuntos.

Devemos nos encantar com a natureza em todos os seus aspectos, lendo nela a mensagem do Criador. As crianças sempre nos oferecem mais vida pelo o que elas são de simplicidade e candura. Sejamos suaves e benfeitores para todos os lados e procuremos mudar de assunto no grupo a que pertencemos, quando porventura, certas criaturas se lembrarem do seu costumeiro falatório em que envolvem a vida alheia.

          A função da virtude é a do sol, que ajuda onde seus raios conseguem chegar, é qual a chuva e o ar. Jesus foi a personificação das virtudes espirituais, salientando com mais evidência o amor.
                                                                ***


Bibliografias: 
- Horizontes da vida. autor: Miramez/ João Nunes Maia. editora: Boa Nova.
http://www.oconsolador.com.br/ano5/254/francisco_reboucas.html