domingo, 8 de outubro de 2017

Profano, um jargão maçônico.



O Profano: É definido, segundo o dicionário de Maçonaria, um termo usado pelos Antigos-Mistérios para designar os estranhos e que na Maçonaria se qualificam os não iniciados em seus mistérios.

Falar dos mistérios sem estar apto seria profanação, e os profanos não podem penetrar no templo iniciático do Conhecimento. Isso faz-nos lembrar outra faceta deste ensinamento. O Mestre dos mestres utiliza-se de uma fraseologia tecnicamente especializada na arquitetura (que veremos surgir, mais explícita em Mat. 21:42, Marc.12:10 e Luc. 20:17).

Ensina-nos o Cristo que será "edificada" por Ele, sobre a "Pedra", a ekklêsía, isto é, o "Templo". Ora, sabemos que, desde a mais remota antiguidade, os templos possuem forma arquitetônica especial. Na fachada aparecem duas figuras geométricas: um triângulo superposto a um quadrilátero, para ensinamento dos profanos.

Profanos é formado de PRO = "diante de", e FANUM = "templo". O termo originou-se do costume da Grécia antiga, em que as cerimônias religiosas exotéricas eram todas realizadas para o grande público, na praça que havia sempre na frente dos templos, diante das fachadas. Os profanos, então, eram aqueles que estavam "diante dos templos", e tinham que aprender certas verdades básicas.

Ao aprendê-las, eram então admitidos a penetrar no templo, iniciando sua jornada de espiritualização, e aprendendo conhecimentos esotéricos. Daí serem chamados INICIADOS, isto é, já tinham começado o caminho. Depois de permanecerem o tempo indispensável nesse curso, eram então submetidos a exames e provas. Se fossem achados aptos no aprendizado tornavam-se ADEPTOS (isto é: AD + APTUS). A esses é que se refere o Mestre divino, Jesus, naquela frase citada por Lucas "todo aquele que é diplomado é como seu mestre" (Luc. 6:40;)

Os Adeptos eram os diplomados, em virtude de seu conhecimento telúrico e prático da espiritualidade. O ensino revelado pela fachada é que o HOMEM é constituído, enquanto crucificado na carne, por uma tríade superior, a individualidade eterna, - que deve dominar e dirigir o quaternário (personalidade do indivíduo para onde passa sua consciência, enquanto se encontra “crucificada” no corpo físico). É chamado “quaternário” porque se subdivide em quatro partes:
1 - o Intelecto (também denominado mente concreta, porque age no cérebro físico e através dele);
2 - o astral, plano em que vibram os sentimentos e emoções;
3 - o duplo etérico, em que vibram as sensações e instintos;
4 - o corpo físico ou denso, que é a materialização de nossos pensamentos, isto é, dos pensamentos e desejos do Espírito, acumulando em si e exteriorizando na Terra, todos os efeitos produzidos pelas ações passadas do próprio espirito.

Quando o profano chega a compreender isso e a viver na prática esse ensinamento, já está pronto para iniciar sua jornada, penetrando no templo. No entanto, o interior dos templos (os construídos por arquitetos que conheciam esses segredos). o interior difere totalmente da fachada: tem suas naves em arco romano, cujo ponto chave é a "pedra angular", o Cristo (cfr. Mat. 21:42,. Marc. 12:10; Luc. 20:17,. Ef. 2:20; 1 Pe. 2:7; e no Antigo: Job. 38:6; Salmo 118:22: Isaías, 28:16, Jer. 51:26 e Zac. 4:7).

Sabemos todos que o ângulo da pedra angular é que estabelece a "medida áurea" do arco, e portanto de toda a construção do templo. Assim, os que já entram no templo ("quem tem olhos de ver, que veja"!) podem perceber o prosseguimento do ensino: o Cristo Divino é a base da medida de nossa individualidade, e só partindo Dele, com Ele, por Ele e Nele é que podemos edificar o "nosso" Templo eterno.

Infelizmente não cabem aqui as provas matemáticas desses cálculos iniciáticos, já conhecidos por Pitágoras seis séculos antes de Cristo. Mas não queremos finalizar sem uma anotação: na Idade média, justamente na época e no ambiente em que floresciam em maior número os místicos, o arco romano cedeu lugar à ogiva gótica, o "arco sextavado", que indica mais claramente a subida evolutiva.

Aqui, também, os cálculos matemáticos nos elucidariam muito. Sem esquecer que, ao lado dos templos, se erguia a torre ...a Torre edificada sobre a Pedra é inabalável em seus alicerces, quando estivermos sintonizados com Jesus, o Mestre divino.

Quantas maravilhas nos ensinam os Evangelhos do livro da Lei em sua simplicidade! ...



Bibliografia: Sabedoria do Evangelho,  4º volume. - Carlos Torres Pastorino. 

Editado pelo autor do Blog.

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