quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Autoridade moral.

  A Moral está na base da Maçonaria, em sua história, em suas leis, em todo o seu desenvolvimento. É a razão de ser e o principal objetivo da Instituição que, sem ela, não se poderia manter.

 Esse objetivo é mesmo assinalado na primeira linha do primeiro artigo dos “Deveres de um Maçom”, nas “Constituições” Maçônicas, desde 1723.
  Para um maçom, é necessário ser um indivíduo que segue esta lei, não apenas dentro de sua Loja, mas principalmente em seu lar com sua família e para com a sociedade. Onde estaria nossa autoridade moral ao proclamar bons costumes e não seguir o que fala? O mesmo vale ao frequentador do centro espírita. Praticar em casa e no convívio social o que se aprendeu dentro da casa espírita.
Praticar o que se aprende de bom, é dever de qualquer um. Afinal, se não proceder desta maneira, estará enganando a si.

 É ao Grande Arquiteto do Universo que devemos prestar contas de nossos atos, sendo julgados pelo tribunal mais rígido existente: Nossa própria consciência.

  Em um trecho do épico filme “Ben-Hur”, Judah Ben-Hur, protagonista da estória vivido pelo ator Charlton Heston, cai de cansaço e sede ao chão, depois de o centurião proibir que dessem água ao herói durante uma jornada. No momento de súplica, surge o Mestre dos Mestres a lhe ofertar o precioso líquido.  Ao perceber a cena, o romano dirige-se ao Mestre Divino para impedi-lO de continuar a boa ação, porém ao se aproximar de Jesus e ver seu rosto, retrai-se, tomado de apreensão e vergonha. Na verdade, o que impediu o comandante romano de cometer a violência, foi a força da autoridade moral de que Jesus possuía. O centurião, reconhecendo, mesmo que inconscientemente, a sua própria baixeza moral, se retira confuso de perto do Mestre.

  No Livro da Lei, Jesus demonstra a seus discípulos de que não basta jejum e oração para enfrentar o mal que cruza nossos caminhos. É necessário ter a autoridade moral no nosso viver. Eis o trecho de Marcos :  “Aconteceu em quando ele foi vindo ao lugar onde estavam os outros discípulos, viu em torno destes uma grande multidão de pessoas e muitos escribas que com eles disputavam. - Logo que deu com Jesus, todo o povo se tomou de espanto e temor e correram todos a saudá-lo.


Perguntou ele então: Sobre que disputáveis em assembleia? - Um homem, do meio do povo, tomando a palavra, disse: Mestre, trouxe-te meu filho, que está possesso de um Espírito mudo; - em todo lugar onde dele se apossa, atira-o por terra e o menino espuma, rilha os dentes e se torna todo seco. Pedi a teus discípulos que o expulsassem, mas eles não puderam.
    
  Disse-lhes Jesus: Oh! gente incrédula, até quando estarei convosco? Até quando vos suportarei? Trazei-mo.  Trouxeram-lho e ainda não havia ele posto os olhos em Jesus, e o Espírito entrou a agitá-lo violentamente; ele caiu no chão e se pôs a rolar espumando.
   

  Jesus perguntou ao pai do menino: Desde quando isto lhe sucede? - Desde pequenino, diz o pai. - E o Espírito o tem lançado, muitas vezes, ora à água, ora ao fogo, para fazê-lo perecer; se alguma coisa puderes, tem compaixão de nós e socorre-nos.



Respondeu-lhe Jesus: Se puderes crer, tudo é possível àquele que crê. - Logo exclamou o pai do menino, banhado em lágrimas: Senhor, creio, ajuda-me na minha incredulidade.

Jesus, vendo que o povo acorria em multidão, falou em tom de ameaça ao Espírito impuro, dizendo-lhe: Espírito surdo e mudo sai desse menino e não entres mais nele. - Então, o Espírito, soltando grande grito e agitando o menino em violentas convulsões, saiu, ficando como morto o menino, de sorte que muitos diziam que ele morrera. – Mas Jesus, tomando-lhe as mãos e  amparando-o, fê-lo levantar-se.


  Quando Jesus voltou para casa, seus discípulos lhe perguntaram, em particular: Por que não pudemos nós expulsar esse demônio? - Ele respondeu: Os demônios desta espécie não podem ser expulsos senão pela prece e pelo jejum.” 

(S. Marcos, cap. IX, vv. 13 a 28.)

   Um trecho da mensagem “O Grande Restaurador” psicografado por Divaldo Franco, ditado pelo espírito Amélia Rodrigues, enfatiza a autoridade e força moral que nosso Mestre possuía:

 “A Sua autoridade moral produzia vibrações que afastavam os Espíritos perversos, para os quais, o verbo franco e gentil não lograva o êxito que se fazia necessário. Perdidos em si mesmo, conheciam da vida apenas o temor que experimentavam e que infligiam nas suas vítimas. Outros enfermos, no entanto, ao leve contato das Suas mãos recebiam a energia vitalizadora, que restaurava o campo vibratório onde se encontravam as matrizes geradoras das aflições, modificando-lhe as estruturas e reabilitando o equilíbrio.


  Dessa forma, era facultado ao endividado recuperar-se moralmente pelo bem que pudesse fazer, pela utilidade de que se tornava portador, auxiliando outras pessoas que dele se acercassem. A humanidade ainda padece essas conjunturas aflitivas que merece.


  Existem muitos seres humanos que andam, porém, são paralíticos para o bem, encontrando-se mutilados morais, dessa maneira, sem interesse por movimentarem a máquina orgânica de que se utilizam para a própria como a edificação do seu próximo. Caminham, e seus passos os dirigem para as sombras, a que se atiram com entusiasmo e expectativas de prazer, imobilizando-se nas paixões dissolventes, que terão de vencer...



Há outros que pensam, mas a alucinação faz parte da sua agenda mental: devaneando no gozo, asfixiando-se nos vapores entorpecentes, longe de qualquer realização enobrecedora. Intoxicados pela ilusão dos sentidos, não conseguem liberar-se das fixações perniciosas, que os atraem e os dominam.



... E quantos que têm olhos e ouvidos, mas apenas se utilizam para os interesses servis a que se entregam, raramente direcionando a visão para o Alto e a audição para a mensagem de eterna beleza da vida?



  Ainda buscam Jesus nos templos de fé, a que ocorrem, uma que outra vez, mantendo a fantasia de merecer privilégios, de desfrutar regalias, sem qualquer compromisso com a realidade, ou expectativa ditosa para o amanhã, sem a mórbida inclinação para o vício, para a perversão.
  
Alguns conseguem encontrá-lO e se fascinam por breves momentos, logo O abandonando, porque não tiveram a sede de gozo atendida, nem se fizeram capazes de sacrificar a dependência tormentosa, a fim de serem livres.

Não são poucos aqueles que se encontram escravizados à infelicidade por simples prazer, a que se acostumaram, disputando a alegria de permanecer no pantanal das viciações morais.


  Estão na luz do dia e deambulam nas sombras da noite. Possuem razão e discernimento, no entanto, os direcionam exclusivamente para os apetites apimentados do insaciável gozo.


  Vivem iludidos e se exibem, extravagantes, no palco terrestre, até quando as enfermidades dilaceradoras _ de que ninguém se pode evadir _ ou a morte os dominam e consomem. Despertam, mais tarde, desiludidos e sem glórias, sem poder, empobrecidos de valores morais, que nunca os acumularam.



Jesus, é, portanto, o grande restaurador, mas cada Espírito tem o dever de permitir-se o trabalho de auto renovação, em favor da própria felicidade.


A Sua voz continua ecoando na acústica das almas:
- Vinde a mim... Eu vos aliviarei!
É necessário porém, ir a Ele...


Bibliografia :
 http://www.espirito.org.br/portal/artigos/mundo-espirita/o-grande-restaurador.html

 http://nosfraternos.blogspot.com.br/2010/07/moral-maconica_08.html

KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Salvador Gentile, revisão de Elias Barbosa. 195. ed. Araras, SP: IDE, 1996. Cap. XVII. Item 9.


o cão do coveiro e o maçom soberbo.

Em um desses dias, lia eu, uma dissertação moral ditada pelo espírito São Luís, à senhorita Hermance Dufax, presente na revista espírita de 1858, mês de maio. Falava sobre a soberba. Terrível vício que assola a grande parcela da população mundial. Especialmente aqueles que estão empossados em cargos de poder efêmeros, onde poucos estão "vacinados" deste mau hábito.

Neste texto da revista está a seguinte frase peculiar:
Escuta! O cão do coveiro brincará com os teus ossos, e eles serão misturados com os ossos do mendigo, e o teu pó se confundirá com o dele, porque um dia vós ambos não sereis senão pó. Então amaldiçoarás os dons que recebeste vendo o mendigo revestido com a sua glória, e chorarás o teu orgulho”.

Realmente, é de entristecer ver alguém dar tanto crédito em algo tão fugaz. A soberba de qualquer irmão maçom, que esteja momentaneamente exercendo autoridade, seja o cargo que for, é digno de ter piedade. Comiseração, sim. É um indivíduo doente em termos espirituais. Um analfabeto emocional.

Uma grande chance que perde em crescer na ordem espírito-emocional, ajudar e dar exemplo a outros. Porém, o desventurado põe tudo a perder esbaldando-se na lama do orgulho, confiante que todos aplaudem suas “proezas”. É verdadeira a afirmação: Quer conhecer alguém... Dê-lhe o poder. E isso vale também para responsáveis pelo bom andamento de um centro espírita.

Diz um fragmento de um texto do irmão Otacílio Batista de Almeida Filho, o seguinte sobre este assunto:

 “As autoridades Maçônicas constituídas têm que asseverar a hierarquia sim, mas não cometer excessos. Tem que conhecer, e conhecer bem a disciplina. A disciplina e a hierarquia são sustentáculos da Maçonaria, logo, o verdadeiro Maçom deve ser um homem disciplinado e que respeita a hierarquia. O  Maçom disciplinado é instruído, não é propenso à soberba, nem a vaidade e nem a ira.”

É muito raro um soberbo mudar de atitude sem dor. Ele esquece ou desconhece que toda a ação tem uma reação.
Eis o excerto da revista espírita, maio de 1858, comentando sobre a falta de humildade:

Soberbo, humilha-te, porque a mão do Senhor curvará o teu orgulho até o pó!
Escuta! Nasceste onde a sorte te colocou; saíste do seio de tua mãe fraco e nu como o último dos homens. De onde vem, pois, que eleves tua fronte mais alta do que teus semelhantes, tu que nasceste, como eles, para a dor e para a morte?

Escuta! Tuas riquezas e tuas grandezas, vaidades do nada, escaparão das tuas mãos quando o grande dia chegar, como as águas inconstantes das torrentes que o sol seca. Não carregarás de tua riqueza senão as tábuas do teu caixão, e os títulos gravados sobre a tua pedra tumular serão palavras vazias de sentido.

Escuta! O cão do coveiro brincará com os teus ossos, e eles serão misturados com os ossos do mendigo, e o teu pó se confundirá com o dele, porque um dia vós ambos não sereis senão pó. Então amaldiçoarás os dons que recebeste vendo o mendigo revestido com a sua glória, e chorarás o teu orgulho.

Humilha-te, soberbo, porque a mão do Senhor curvará o teu orgulho até o pó.”

Bibliografia: