terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Aperfeiçoando a liderança na maçonaria.





Na maçonaria um venerável mestre nem sempre é um líder. Não é por meio de palavras melífluas destituídas de sinceridade que vai alcançar o status de guia na Loja maçônica. Há ainda aqueles sequazes que, não possuindo lucidez plena, distribuem aplausos para este representante, talvez em busca de atenção ou por intenções lamentáveis.

Quando analisamos o significado e a origem da palavra Lucidez nos deparamos com Lux, do latim, Luz. Lúcido é aquele que se manifesta com a luz ou brilho, que deixa passar a luz.
O âmbito filosófico agrega e compreende a Lucidez como inteligência, consciência e capacidade de assimilar e transmitir as ideias com clareza. 

A função de um líder na maçonaria é alcançar uma maior eficiência no cumprimento dos objetivos institucionais maçônicos e reduzir a evasão de membros da Loja. 

Como líder por excelência, o Mestre dos Mestres Jesus soube erigir com maestria, na sua inolvidável peregrinação, uma tessitura de confiança no coração dos seus apóstolos e seguidores – baseada, evidentemente, no seu discurso transformador e na sinceridade dos seus propósitos voltados à mudança da mentalidade do homem, assim como acordando-o para outras realidades transcendentes –, passo fundamental para os desafios espirituais que estavam desde há muito delineados para a humanidade terrena. Conforme sustentam pesquisadores renomados, trata-se, portanto, de característica vital de liderança.

Dito isso, a capacidade de engajar pessoas através de uma visão envolvente e arrebatadora surge como uma das mais importantes habilidades de um líder. Traduzir o componente visionário por meio de ensinamentos desmistificadores e transcendentais, bem como influenciar o etos dos liderados na busca de tal ideal, é uma tarefa que só pessoas muito especiais podem realizar.

Não obstante o fato de que considerável conteúdo do tema da liderança esteja associado às organizações modernas e aos seus condutores, cremos que, se alargarmos o pensamento, poderemos ver as suas proposições e aplicabilidade consentâneas ao assunto em pauta. Desse modo, cabe mencionar que muitos pensadores da atualidade trabalham intensamente na pesquisa da liderança e suas múltiplas vertentes, inclusive a espiritual. Nesta última, por sinal, há pesquisadores que sugerem que a liderança espiritual envolve a habilidade de inspirar outros a se comportar de acordo com os mais altos valores morais e éticos na forma como convivem com os outros. Tais valores abarcariam, assim, a empatia, a compaixão, a humildade e o amor e, como tal, seu portador seria movido por um senso inato do que é certo, independente das consequências.

Outro prolífico e conceituado pesquisador dessa área, o Dr. Louis W. Fry, costuma definir tal capacidade como “[...] compreendendo os valores, atitudes e comportamentos que são necessários para intrinsecamente motivar o próprio self e outros de modo que eles tenham um senso de sobrevivência espiritual através da vocação e associação”. 

Bibliografia:


 FRY, L.W. Toward a theory of spiritual leadership. The Leadership Quarterly, v. 14, n. 6, p. 694-695, 2003.

FRY, L.W. Toward a theory of spiritual leadership. The Leadership Quarterly, v. 14, n. 6, p. 695, 2003; MILLER, W.C. Spiritually-based leadership. In: ZSOLNAI, L (Ed.). Spirituality and Ethics in Management. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 2004, p. 169; LENNICK, D.; KIEL, F. Moral intelligence: enhancing business performance and leadership success.Wharton School Publishing: Upper Saddle River, 2005, p. 87.

GUILLORY, W.A. The living organization: spirituality in the workplace. 2nd Edition. Salt Lake City, UT: Innovations International, 2001, p. 186-187.


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