Luc.
18:9-14
9.
Disse também esta parábola, para aqueles que confiam em si mesmos, que são
justos, e desprezam os outros:
10. "Dois homens subiram ao templo a orar, um fariseu e o outro cobrador de impostos.
11. O fariseu, de pé, dentro de si orava: Deus, agradeço-te porque não sou como os outros homens, ladrões, injustos, adúlteros, nem mesmo como esse cobrador de impostos;
12. jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.
13. O cobrador de impostos, todavia, de pé ao longe, não queria nem sequer erguer os olhos para o céu mas batia no peito, dizendo: Deus, sê propício a mim, um errado.
14. Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, mas não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado, e o que se humilha será exaltado".
10. "Dois homens subiram ao templo a orar, um fariseu e o outro cobrador de impostos.
11. O fariseu, de pé, dentro de si orava: Deus, agradeço-te porque não sou como os outros homens, ladrões, injustos, adúlteros, nem mesmo como esse cobrador de impostos;
12. jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.
13. O cobrador de impostos, todavia, de pé ao longe, não queria nem sequer erguer os olhos para o céu mas batia no peito, dizendo: Deus, sê propício a mim, um errado.
14. Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, mas não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado, e o que se humilha será exaltado".
Analisando
etimologicamente a palavra “virtude”, vemos que é derivada do latim VIRTUS que,
por sua vez, deriva de VIR (homem, varão, o elemento forte). E VIR é
proveniente de VIS, a "força", da raiz VI, que também dá viril,
violência, etc.
Então,
"virtude é a qualidade de quem tem força", sobretudo moral.
Analisando a virtude do ponto de vista evolutivo, verificamos que, enquanto a
criatura tem que “fazer força" para evitar o erro, o desvio do caminho
certo, isso demonstra que ainda não evoluiu. Por exemplo: "não
roubar" consiste em não tirar materialmente o que nos não pertence, embora
se morra de vontade de fazê-lo; "castidade" é não ter contato físico
corporal, ainda que os desejos mentais e emocionais sejam incontrolados; "ser
religioso" é frequentar, em dias prefixados, a casa de oração com o corpo,
mesmo que a mente permaneça distante e, ao sair de lá, as ações demonstrem que
não somos nada religiosos.
E
assim por diante. A criatura que assim age, se julga "virtuosa",
porque "faz força" para adquirir bons hábitos e, geralmente, consegue
praticá-los com sacrifício. Fazer força para melhorar não é um mal.
Absolutamente. Constitui antes um grande benefício para o próprio, pois é esse
exercício constante de vencer as inclinações erradas, que nos vão acostumando a
não gostar delas. Assim, depois de várias encarnações que vivemos a fazer
esforços continuados de virtude, acabamos acostumando-nos e forma-se então o
hábito. Esse hábito plasma, no subconsciente, o instinto.
Uma vez formado este, e quando agimos certo
naturalmente, sem esforço e sem sequer pensar nisso, então teremos dado um
passo evolutivo à frente. Deixaremos de ser "virtuosos", para sermos
"naturais" ou espontâneos, já que o hábito bom se tornou parte integrante
de nossa natureza íntima. Portanto, o esforço despendido para ser
"virtuosos" (forte moral e espiritualmente) é exercício de suma
vantagem no caminho evolutivo.
O
erro da criatura reside em julgar que, por estar combatendo em si as más
inclinações, já é evoluída, acreditando-se, por isso, superior aos outros e
desprezando-os, e até mesmo evitando-lhes a companhia "para não se
misturar" e não ser confundido com eles. O que também pode constituir uma
"defesa" para quem não está muito seguro consigo mesmo.
Mesmo inconscientemente, a criatura
"virtuosa" se compara aos outros, chegando à conclusão de que
"já é diferente" e, por esse motivo agradece a Deus; ao passo que a
criatura evoluída não se compara a ninguém, porque não se vê perfeita, nem
repara nos outros, porque não tem tempo para isso.
Ora,
a vibração da vaidade presunçosa é pior que o próprio erro em si. Porque a
vaidade é a vibração oposta à humildade divina. O erro, trazendo vergonha,
desperta a humildade, o que aproxima da sintonia do Sistema. A vaidade afasta
deste e leva a sintonizar com o pólo negativo: Anti-Sistema, matéria.
Por
isso, o cobrador de impostos, ao pedir misericórdia para seus erros, saiu do
templo justificado, porque sintonizado com a humildade. Para o fariseu todos os
homens eram ladrões, injustos e adúlteros. Para o cobrador de impostos só havia
preocupação consigo mesmo, a fim de pedir compaixão para seus erros.
No
livro da Lei, lê-se, "os errados e as prostitutas precederão os sacerdotes
no reino de Deus" (Mat. 21:31), não porque sejam melhores, mas porque são
humildes, ao passo que os sacerdotes possuem a vaidade do posto que ocupam. A
lição é prática e se dirige especialmente aos "discípulos" das
Escolas. Por terem conseguido ingresso nesses setores mais selecionados, e por
terem aprendido algo mais adiantado que não é dado às massas incultas, eles
facilmente são tentados a acreditar-se superiores, escolhidos, melhores,
privilegiados, "iniciados" e até "mestrinhos", com todo o
revestimento de vaidade que isso naturalmente traz à criatura ainda imperfeita.
Essa
parábola é um alerta vigoroso, que deve manter-se sempre presente em todos os
ambientes maçônicos, para evitar que grassem e cresçam o ciúme, a inveja, a
emulação do orgulho, o julgar-se melhor que os outros, a crítica e as
"fofocas"; em todos esses ambientes, não faria mal uma imagem em um
quadro representativo da cena instrutiva
lembrando a parábola do fariseu e do cobrador de impostos.
Porque, com os
fariseus não adianta falar: eles não aceitam avisos nem conselhos; são os
melhores, sabem sempre mais, têm revelações espetaculares e elogiosas de
"guias" e de "mentores" astronomicamente elevados ... pois
seus "mestres" são superiores a todos os mestres.
Veja também : https://espiritamacom.blogspot.com.br/2013/06/masmorras-ao-vicio.html
Bibliografia: Sabedoria do Evangelho, 6º volume. - Carlos Torres Pastorino.