A humanidade progride “por meio dos indivíduos que pouco a pouco se
melhoram e se instruem. Quando preponderam pelo número, os esclarecidos, os
moralizados tomam a dianteira e arrastam os outros”. (Nota de Kardec à questão 789
de O Livro dos Espíritos).
Muitos irmãos, apesar de estarem preocupados em
crescer em seus graus maçônicos, almejando o Grau 33, esquecem de se elevar
espiritualmente. Crescimento espiritual que é muito mais meritório para seu próprio futuro. Alguns maçons
preferem ostentar insígnias e comendas para tentar “promover sua imagem” por
meios puramente materiais, sem demonstrar com suas ações, o mais valioso dos tesouros que um
homem pode adquirir, sem correr o risco de que a ferrugem, as traças ou ladrões
o usurpem, que é a elevação moral. Vejamos uma mensagem espírita sobre o
assunto:
MORAL
Conceito - Conjunto de regras que constituem os bons costumes,
a Moral consubstancia os princípios salutares de comportamento de que resultam
o respeito ao próximo e a si mesmo.
Decorrência natural da
evolução, estabelece as diretrizes seguras em que se fundam os alicerces da
Civilização, produzindo matrizes de caráter que vitalizam as relações humanas,
sem as quais o homem, por mais avançado nos esquemas técnicos, poucos passos
teria conseguido desde os estados primários do sentimento.
Da constante necessidade de
defender-se e defender as primeiras comunidades, ainda na fase agrária,
surgiram as medidas ora restritivas, ora estimulantes entre os chefes e os
subalternos e nas relações recíprocas dos indivíduos, do que resultavam
produtivos empreendimentos e proveitosos aprestos no concerto de interesses. Da
observação pura e simples, aglutinaram-se experiências que se transformaram, a
pouco e pouco, em regras para as trocas comerciais e os acertos políticos entre
os diversos grupos, evoluindo para os costumes que se fixaram nas gerações
sucessivas, em forma de leis e estatutos. Impostas por uns, espontaneamente
aceitas por outros, desprezadas por muitos, as diretrizes morais evoluíram e se
transformaram em Civilização e Cultura, conduzindo às diversas formas de
governo superior e à manutenção da ordem pelo indivíduo, em relação a outro, à
comunidade, ao Estado e reciprocamente.
Dividida em teoria e prática,
a primeira busca determinar o bem supremo, enquanto a outra se encarrega de
expor os múltiplos deveres, que constituem os princípios práticos, basilares da
vida. Observando suas regras o homem pratica o bem e evita o mal.
Desenvolvimento - À medida que a necessidade do crescimento
comunitário fomentava o povoamento de novas terras, encorajando a organização
social em bases de progresso, a Moral, a princípio arbitrária, depois racional
e lógica, sempre esteve presente, sustentando a disciplina e, simultaneamente,
tanto o equilíbrio individual como o coletivo, constituindo preocupação
fundamental de pensadores e governos, para a preservação dos princípios
conquistados a duras penas, nas experiências da evolução.
Somente a partir de Sócrates passou
a Moral a ser considerada pela Filosofia. Indubitavelmente muitas vezes a Moral
esteve sujeita a hábeis guerreiros, que a submetiam aos próprios caprichos, da
mesma forma que o pensamento padeceu não poucas aflições sob o predomínio de
conciliábulos nefandos de odientos políticos que, ardilosos no manejo das
situações, sabiam como manter-se, engendrando normas de tirania com que
asfixiavam ou tentavam dominar os idealistas e filósofos, a fim de se manterem
venais, na cúpula sempre transitória da governança.
A resposta, porém, da vida à
dominação e à arbitrariedade é a pequena duração da organização humana
fisiológica e o repúdio, quando não o desprezo da posteridade.
Muitos sofistas, aferrados à
negligência, ainda hoje tentam desconsiderar as linhas da moralidade,
confundindo-as com os preconceitos e as conveniências dos hábitos sociais, nem
sempre, é verdade, relevantes ou enobrecidos, assoalhando que, em variando
entre os muitos povos, a Moral é uma questão de opinião sem valor...
Todavia, em qualquer período
em que o lar esteve sob o estigma da dissolução dos costumes, a sociedade se
corrompeu e a Civilização malogrou, consumida pelo desprestígio generalizado,
dentro e fora das suas fronteiras, do que redundou o desaparecimento, malgrado
o fastígio atingido, reduzindo-se a escombros, abatida pela guerra da dominação
estrangeira, vencida que já estava pelo vírus da desordem interna...
Observando-se as conquistas do
homem através do conhecimento, fácil é constatar-se que as regras morais são,
também, medidas de higiene e saúde, com comprometimentos profundos nas atitudes
e ações do próprio Espírito.
Sendo o homem um animal em
evolução, a disciplina do instinto e o desdobramento dos recursos da
inteligência, bem como a necessidade da preservação da vida, impõem, a
princípio, a disciplina, depois, a lei e, por fim, a Moral, que se converte em
nobilitante comportamento com que se liberta das constrições primitivas e se
põe em sintonia com as vibrações sutis da Espiritualidade, para onde ruma na
condição de Espírito imortal que é.
A história da Filosofia é uma
constante busca de uma concepção otimista do mundo, e nesse capítulo a Moral é
relevante.
De Hermes, com as suas
asseverações espirituais, a Lao-tse, de Confúcio, com os princípios da família
e da sociedade fundamentando a Moral numa filosofia da Natureza, otimista, a
Zoroastro e Maomé, na concepção dualista da vida, de Sócrates, Platão e
Aristóteles com os conceitos políticos, morais e espirituais, às leis
apresentadas por Moisés, em Jesus a Moral assume relevante proposição, que
modifica a estrutura do pensamento humano e social, abrindo o campo a experiências
vigorosas, em que medram as legítimas aspirações humanas, que transitam do
poder da força para a força do amor... Jesus se preocupava com a perfeição
íntima, ética, intransferível, dos homens, conclamando-os a realizarem o
"reino de Deus" interiormente, numa elaboração otimista.
Conclusão - Certamente a moral cristã ainda não colimou os seus
objetivos elevados, conquanto os vinte séculos passados. Todavia, diante dos
esforços do Direito e da acentuada luta pacífica das organizações mundiais, a
Moral, em diversas apreciações tornadas legais, sancionadas por governos e
povos, atingirá, não obstante as dificuldades e transições do atual momento
histórico, o seu fanal nos dias do porvir, propondo ao homem moderno, na
moderação e na equidade, nos costumes corretos, aceitos pelo comportamento das
gerações passadas, a vivência do máximo postulado do Cristo, sempre sábio e
atual: "Fazer ao próximo o que desejar que este lhe faça",
respeitando e respeitando-se, para desfrutar a consciência apaziguada e viver
longos dias de harmonia na Terra, com felicidade espiritual depois da
destruição dos tecidos físicos pelo fenômeno da morte.
Bibliografia:
* Texto extraído do livro Estudos Espíritas, de Divaldo Pereira Franco pelo espírito de Joanna de Ângelis.
* Texto extraído do livro Estudos Espíritas, de Divaldo Pereira Franco pelo espírito de Joanna de Ângelis.